Esdudo Bíblico: O que é o dom de Variedades de Línguas

1.             Segundo o conceito Bíblico, o verdadeiro "DOM DE LÍNGUAS", (ou glossolália) é a faculdade sobrenatural de falar em línguas estrangeiras sem tê-las aprendido. 1 Coríntios 14:11, 21. Consiste, portanto, em se expressar em formas definidas de linguagem,peculiares a povos e nações deste mundo. Convém observar que em certas edições da Bíblia na versão Almeida, consta a expressão imprópria LÍNGUA ESTRANHA, por infeliz inserção do adjetivo "estranhas" feita pelos tradutores. Nota-se, porém que esta palavra está impressa em tipo diferente (itálico), para significar que ela não se acha no texto grego original. Em edições mais recentes, da mesma versão, esta palavra foi suprimida, sendo a expressão corrigida para "outras línguas". Consultem Atos 2:1-13; I Coríntios 12:10, 28; 14:6-11, 18, 21.
Ao contrário, os adeptos dos citados movimentos pretendem que o dom de línguas consiste no balbuciar desconexo de uma espécie de palavras e sons incoerentes e sem sentido, proferidas em estado de êxtase espiritual, como se fossem línguas estranhas, misteriosas e completamente desconhecidas pelos homens, somente inteligíveis, segundo eles, por quem esteja carismaticamente preparado para sua interpretação.
Após minuciosos e exaustivos estudos realizados sobre gravações dessa fala atabalhoada, eruditos lingüísticos chegaram à conclusão que ela não tem qualquer base de linguagem, pois não apresentam nenhuma estrutura ou regra gramatical, características de um idioma. Por conseguinte, as chamadas "línguas estranhas" apregoadas pelos modernos glossolalistas como sendo línguas desconhecidas, são apenas uma forma de "fala extática", formada pela emissão confusa e repetida de sílabas e sons em estado de êxtase, porém totalmente desconexos e ininteligíveis. I Coríntios.14:9. Muitas vezes esses fenômenos são acompanhados de gritos, piados, grunhidos, uivos,batidas de pé, tremores, convulsões e outras manifestações físicas anormais e completamente descontroladas, que também não se harmonizam com as normas Bíblicas de decência, ordem e auto-controle. 1 Coríntios 14:28, 30, 32, 33, 40; Gálatas 5:22 , 23.
2.             Segundo a Bíblia, os dons espirituais, inclusive o de línguas, são dados por Deus espontaneamente, a cada um como ele quer e para o que for útil, segundo a sua soberana vontade e seus propósitos e não segundo o desejo do homem. I Coríntios 12:7-11, 18, 28-31 ; Efésios 4:8, 11.
Ele dispõe os membros do corpo de Cristo - a sua Igreja - de forma conveniente como lhe apraz, dotando-os com dons espirituais que forem necessários para o perfeito e harmonioso funcionamento de todo o organismo. I Cor. 12:11-13 ; Rom.12:4-8 ; Efésios 4:3-6.
Os modernos pentecostalistas, pelo contrário, procuram avidamente falar nas chamadas "línguas estranhas", porquanto as consideram ser o sinal evidente do batismo do Espírito Santo. Persuadidos por falsos conceitos a esse respeito, eles tomam a iniciativa para alcançar essa tão almejada experiência espiritual, chegando até a formular instruções e recomendar métodos de auto-sugestão para facilitar a sua realização, contrariando assim os critérios bíblicos. Procuram todos possuir o mesmo dom de falar “línguas estranhas" e, portanto, ter a mesma função do corpo, também em contraposição aos ensinos bíblicos. I Coríntios 12:17-20, 29, 30.
3.             A Bíblia ensina que o homem deve amar a Deus de todo o coração, de toda a alma de todas as forças e de todo o entendimento. O que deve ser orar com o entendimento, cantar com o entendimento e falar à igreja com entendimento, pronunciando palavras bem inteligíveis. Em suma, ele deve adorar e louvar a Deus em sua plena consciência. Isto envolve o homem todo, suas faculdades emocionais, espirituais, físicas e mentais. Lucas 10:27; I Coríntios 14:7, 9, 15, 19, 32; Efésios 1:17, 18.
Deus criou o homem com inteligência e deu-lhe o livre-arbítrio para decidir livre e conscientemente o que fazer, e certamente só aceitará a sua adoração e o seu louvor quando prestado espontaneamente, no pleno domínio de suas faculdades mentais, e não "fora de si" em estado de histeria, hipnose ou êxtase espiritual, dirigido por forças ou poderes estranhos, sem saber o que faz ou o que diz.
Segundo o conceito pentecostalista, aquele que estiver falando em "línguas estranhas", a sua mente, seu intelecto e sua compreensão permanecem aquiescentes, em estado de transe, sem entender o que está dizendo ou fazendo, sob o domínio de uma força estranha, à semelhança de um "médium espírita".
4.             Sempre ligado ao dom de línguas, está o dom de "interpretação de línguas". I Cor. 12:10, 30; 14:5, 26, 28, que é a capacidade divinamente dada de traduzir para o idioma da congregação o que fora dito em idioma estrangeiro. I Cor. 14:9-11
A Bíblia proíbe que se fale em outra língua na congregação, se não houver um intérprete presente. I Cor.14:28, pois ninguém entenderia o que se dissesse, conseqüentemente, a ordem "não proibais" do versículo 39 está sujeita à condição anteriormente estabelecida no versículo 28. É evidente que não há necessidade de intérprete quando se fala em idioma estrangeiro porém peculiar aos ouvintes, pois todos o entenderiam.
Isto não se faz pelo moderno movimento de línguas porque a grande maioria de sua fala é constituída de sons desconhecidos, que não podem ser traduzidos, contrariando assim a norma Bíblica. Em experiências realizadas por estudiosos desses fenômenos, foi constatado que a mesma fala extática teve interpretações diferentes, o que invalida a sua autenticidade.
5.             O regulamento Bíblico que diz: "não havendo intérprete, fique calado na igreja", I Cor.14:28, indica que o genuíno dom de línguas é controlável pela pessoa que o possui, pois só o exerce em plena consciência, no momento oportuno e quando tem conhecimento que há um intérprete presente capaz de traduzir as suas palavras para o idioma compreensível pela congregação.
O movimento moderno de línguas, tem violado continuamente esse regulamento que é mandamento do Senhor. I Coríntios 14:37. Porquanto a fala extática é ininteligível e portanto, sem interpretação.
6.             Segundo a Bíblia, quando uma pessoa crê em Jesus Cristo para a salvação, naquele mesmo momento ela é "batizada no Espírito Santo". I Coríntios 12:13; Efésios 1:13. O verdadeiro cristão tem o Espírito Santo porque creu e foi chamado. Romanos 8:9-11. Não há nenhum período entre a conversão e o recebimento do Espírito Santo. Leia-se ainda I Coríntios 12:3-6; Romanos 6:3, 4; Efésios 4:1-5; Gálatas 3:27-29; Colossenses.2:12.
Ninguém pode aceitar a Cristo como Salvador sem ao mesmo tempo ter o Pai e o Espírito Santo, pois Deus não se divide. Efésios 4:4-6; 3:14-20; Mateus 28:19; I João 2:23, 24; 5:6, 10-12.
No momento que ouvimos e cremos na palavra de Deus, fomos selados com o Espírito Santo. Efésios 1:13 e cada crente coloca-se no corpo de Cristo, com um dom que Ele lhe deu para capacitá-lo a funcionar nesse corpo. Isso não depende de experiências visíveis ou de seu subseqüente "revestimento do Espírito". I Cor.12:12-14, 18, 27; Romanos 12:4-8; João 3:8.
Não há um sinal distintivo como falar línguas para evidenciar a presença ou o batismo do Espírito Santo. Exigir evidência física é andar pela "vista" em vez de pela fé. Gálatas3:14; Efésios 3:17-20; I João 3:24; 4:13; Efésios 1:13.
Os fenômenos de falar línguas estrangeiras, constantes dos relatos Bíblicos, destinam-se a marcar o cumprimento de profecias e da promessa de Jesus aos seus discípulos e servir de sinal para os incrédulos da autenticidade de suas mensagens. João 14:16, 17, 26; Lucas 24:49; I Coríntios 14:21, 22. Não constituem um padrão permanente de experiência a ser procurado pelos cristãos para evidenciar a presença ou o batismo do Espírito Santo, como pretende os adeptos do movimento moderno de línguas, porquanto os fenômenos relatados no livro de atos apresentam-se com características diferentes entre si. Assim, eles erram tanto na compreensão da natureza como dos propósitos desse dom. Mateus 22:29; II Pedro 3:17, 18.
Biblicamente, a certeza da salvação decorre simplesmente de se crer na Palavra de Deus. João 1:12; 3:16, do testemunho interior do Espírito Santo. Romanos 8:16; Efésios 3:14-17 e da vida modificada resultante Tito 3:5; I João 2:4; 3:14; 5:2, 3.
Assim, a seguram na de uma vida cheia do espírito provem de uma vida de testemunhos. Atos 1:8; Efésios 5:18-21 e da frutificação do caráter cristão João 15:1-8; Gálatas 5:22, 23.
A Bíblia afirma que todos os salvos foram batizados no Espírito Santo. I Coríntios 12:13; Efésios 1:13, mas que nem todos falam línguas. I Coríntios 12:30. Há inúmeros exemplos de personagens Bíblicos que foram cheios do Espírito Santo e não falaram línguas. Salmos 51:11; Isaias 61:1; Miquéias 3:8; Lucas 1:41; 2:25-27; Atos 6:5-8; 11:24; etc. O próprio Senhor Jesus Cristo não falou em outros idiomas. Será que Ele não possuía o Espírito Santo?
O novo testamento relata 18 casos de derramamento do Espírito Santo, mas em 14 deles não menciona que o dom de línguas tenha sido concedido. As passagens bíblicas referentes ao revestimento, enchimento ou plenitude do Espírito Santo, que devemos almejar continuamente, não indicam a glossolalia como a sua evidência necessária, mas outros resultados e qualidades espirituais que manifestam aquele estado. Efésios 5:18-21; 4:11-13; Gál 5:22, 23; I Cor.6:11; Atos 4:31; 5:32; João 14:16, 17; 16:13;
Assim, a pretensão do moderno movimento de línguas, de que a glossolália é a evidência do batismo do Espírito Santo tem a ser considerada como anti-escriturística.
7.             A Bíblia declara que o Espírito Santo é o Espírito da verdade e que Ele nos guia a toda a verdade João 14:16, 17; 16:13; I João 2:27; Atos 5:32; Prov.28:9. Toda doutrina bíblica se resume em três verdades fundamentais: Cristo - João14:6; a Palavra - João 17:17 e a Santa lei de Deus -  Salmos 119:142; I João.5:2, 3.
O moderno movimento de línguas reflete a confusão e a ignorância quanto à doutrina Bíblica. Os seus seguidores pertencem às mais variadas correntes religiosas, professam diferentes e antagônicos princípios de fé, de doutrina e de prática, porém se consideram batizados no Espírito Santo só porque falam "línguas estranhas". Todas as espécies de fundamentos doutrinários são aceito, conquanto que a pessoa tenha tido essa experiência. Como admitir-se a sábia e ordenada direção do Espírito Santo nesse aglomerado heterogêneo de idéias contraditórias que negligenciam a doutrina bíblica e desprezam os mandamentos de Deus...
Até mesmo a Igreja Católica Apostólica Romana que de igreja Cristã não tem absolutamente nada, pois é pagã, adoram todos os tipos de Santos e tem a Maria como intercessora, quando a Bíblia diz que não há salvação em nenhum outro nome. Atos 4:11, 12; Rom.5:10, 18, 19; Efésios 2:22-22; I Pedro 3:18; II Cor.5:21; Até eles estão recebendo o dom de "LÍNGUAS ESTRANHAS".
Haveria ainda outros aspectos a considerar sobre a natureza desses movimentos, porém cremos que os enumerados acima são suficientes para demonstrar que as experiências que eles defendem não podem ser de Deus, porque contrariam os preceitos das Sagradas Escrituras, a nossa única e final autoridade para se determinar a fonte atual de qualquer experiência espiritual.
É provável que a grande maioria dessas manifestações seja de origem psicológica, motivadas pela intensa excitação dos sentimentos, por um ambiente fortemente emotivo, capazes de atuar em maior grau, de acordo com a compleição psíquica de cada indivíduo. Há casos em que essas manifestações são artificiais, simuladas por pessoas que apenas querem acompanhar os outros, por questão de prestígio ou de constrangimento. Há ainda a possibilidade do fenômeno ser realizado sob a influência ou possessão demoníaca, conforme admitem os próprios defensores desses movimentos. Pois o crente coloca-se numa posição particularmente vulnerável quando é persuadido a suspender toda a atividade mental e a entregar a sua vontade a uma inteligência invisível, que presume ser o próprio Espírito Santo.
Mas, de qualquer forma essas falsas manifestações do "don de línguas" serão eliminadas se forem aplicadas rigidamente as normas bíblicas sobre o assunto, quanto a sua natureza, finalidade e prática.
Naturalmente que Deus tem o poder de fazer hoje em sua Igreja o que fez no passado, nos tempos apostólicos, quando a mesma estava incipiente, outorgando-lhe os dons conforme as suas necessidades. Porém Ele o fará somente quando lhe aprouver, de acordo com os seus propósitos, e não segundo a vontade do homem, ainda que sinceramente convicto mas baseado na má interpretação da sua Palavra.


Evangelista: Jéfferson M.Farias